Festival Folclórico de Parintins, Amazonas - Junho

A força do folclore brasileiro é algo difícil de explicar. Afinal, que justificativa você pode me dar para que uma cidade típica do interior amazonense, com pouco mais de 100 mil habitantes, se transforme completamente com a chegada do mês de junho? E se divida entre as cores azul e vermelha, onde só se fala em boi, transformando-se no palco da maior manifestação cultural do Norte do país?

É o Festival folclórico de Parintins, que traz para a cidade cerca de 50 mil pessoas (é isso mesmo, a população aumenta em 50%)! O primeiro aconteceu em 1965 e de lá prá cá a evolução foi imensa, fazendo com que as apresentações ganhassem luxo e criatividade só vistos na Marquês de Sapucaí, durante o carnaval do Rio.
A lenda que deu origem ao festival é a seguinte: dizem que um certo Pai Francisco, empregado de um rico fazendeiro, tinha uma esposa, mãe Catirina (é Catirina mesmo) que estava grávida e com desejo de comer a língua do boi mais bonito da fazenda. Para satisfazer o desejo da mulher, o apaixonado (e maluco) Pai Francisco manda matar o boi de estimação do patrão, que quando descobre que seu boi tão lindo morreu, fica louco da vida. Pai Francisco é então descoberto, tenta fugir mas é preso. Desesperado, na tentativa de trazer o boi de volta, um padre e um médico são chamados (o pajé, na tradição indígena) e o que acontece? O boi ressuscita. Pai Francisco e Mãe Catirina são perdoados e há uma grande comemoração, que se transformou no festival de Parintins. Bem, o resto você já sabe.
E se não sabe, vai ficar sabendo quando Junho chegar, pois a Band, está fazendo a cobertura completa da festa, nos mesmos moldes do que faz no Carnaval de Salvador.
A apresentação ocorre no Bumbódromo, um tipo de estádio com o formato de uma cabeça de boi estilizada, com capacidade para 35 mil espectadores. Durante as três noites de apresentação, os dois bois exploram as temáticas regionais como lendas, rituais indígenas e costumes dos povos ribeirinhos através de alegorias e encenações.


A cidade de Parintins fica margem direita do rio Amazonas, a 369 quilômetros da capital, Manaus, em linha reta, e a 420 quilômetros por via fluvial. Isso equivale a 15 horas descendo o rio e 27 subindo (contra a correnteza), se a viagem for feita em barcos regionais. De avião, o tempo estimado é de uma hora e meia.
A cidade é cercada de belezas naturais, mas os atrativos turísticos ficam em segundo plano, em comparação ao festival. O que não se pode perder de jeito nenhum, é a oportunidade de bate-papo informal com a gente do local. Afinal, Parintins é repleta de personalidades e de mitos como seu Valdir Viana, famoso curandeiro; Dona Maria Ângela, a mulher que tem a casa e os objetos todos em vermelho em homenagem ao boi Garantido, ou até o sábio e folclorista Simão Pessoa, praticamente o engenheiro intelectual do bumbá Caprichoso.
Se você tiver a oportunidade de ir, visite os currais dos bois em Parintins, Caprichoso e Garantido, os personagens que projetam a cidade para o mundo. Conheça tudo e não esqueça, é claro, da culinária do local. E imprescindível!
A festa acontece todos os anos no ultimo final de semana de Junho, ou seja, este ano de 26 a 28. E o festival, à noite, tem uma apresentação a céu aberto, onde competem duas agremiações (como se fossem duas escolas de samba), o Boi Garantido, na cor vermelha, e o Boi Caprichoso, na cor azul.
Como ir: A 4 Estações Turismo tem pacotes para a festa, incluindo passagem aérea até Manaus e de lá para Parintins, hospedagem, passeios e apoio.
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